Política nunca deve ser um campo de morte’, diz Biden em pronunciamento no Salão Oval

Por Roberto Peixoto, g1

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento na noite deste domingo (14) direto do Salão Oval da Casa Branca a respeito do atentado contra o candidato e ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

“A política nunca deve ser um campo de batalha ou, Deus me livre, um campo de morte'” disse Biden no discurso. “Nada é mais importante do que estarmos juntos”.

O Salão Oval é o principal escritório da residência oficial dos EUA e é usado para discursos apenas em momentos de crises ou emergências.

“Não importa quão fortes sejam as nossas convicções, nunca devemos partir para a violência”, acrescentou o democrata. “Precisamos resolver nossas diferenças nas urnas”.

Esta é a terceira vez que Biden faz um pronunciamento direto do Salão Oval. A primeira vez foi em junho de 2023, para falar sobre a suspensão do teto da dívida dos EUA, e a segunda em outubro, para abordar a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio.

Biden afirmou ainda que a retórica política nos Estados Unidos ficou muito acalorada nos últimos tempos e pediu para que ela seja “esfriada”. “Todos nós temos a responsabilidade de fazer isso”, disse.

Mais cedo, em outro pronunciamento, Biden disse que ordenou uma investigação independente sobre o ataque no comício de Trump.

Ele também teve uma reunião com autoridades de segurança e, no sábado (13), conversou por telefone com Trump. As informações foram confirmadas pela Casa Branca.

Biden mencionou ainda que as autoridades de segurança ainda não possuem informações sobre a motivação do atirador, apesar de já saberem sua identidade. No discurso anterior, ele também pediu a todos que evitassem fazer suposições sobre os motivos ou afiliações do suspeito.

O presidente americano disse ainda que Trump recebeu um reforço na sua segurança e terá todos os recursos para garantir sua proteção. Biden também afirmou que a segurança será reforçada em Wisconsin, onde a Convenção Republicana começará na próxima segunda-feira (15).

Em um comunicado, o governo norte-americano disse que Biden também conversou com o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e com o prefeito de Butler (cidade onde Trump estava fazendo um comício), Bob Dandoy.

A Casa Branca não deu mais detalhes sobre o conteúdo dos telefonemas.

Biden estava em uma igreja no estado de Delaware quando Trump foi alvo do atentado.

No sábado, Biden também fez um pronunciamento condenando o atentado a Donald Trump e disse que era necessário unir os Estados Unidos.

Trump estava fazendo um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo do atentado. Um vídeo registrou o exato momento em que o ex-presidente reage ao ouvir tiros de arma de fogo.

Durante os disparos, Trump levou a mão à orelha e se abaixou. Na sequência, agentes do Serviço Secretos dos Estados Unidos protegeram o republicano.

Ele foi retirado do local instantes depois. Antes, acenou para o público e apareceu com a orelha ensanguentada.

Trump foi levado para o hospital e recebeu alta cerca de três horas depois. Ele também fez uma publicação em uma rede social para comentar o ocorrido.

“Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo”, escreveu Trump.

O suspeito de atirar contra o ex-presidente foi morto. Além disso, uma outra pessoa que estava no comício também morreu.

O caso está sendo investigado pelas autoridades norte-americanas.

Fonte: g1.globo.com