Análise: aposta em jogo de velocidade é caminho para o Londrina

Por Cristian Toledo — Londrina

Olhando para todo o jogo Criciúma 1×0 Londrina, realizado na noite de quinta-feira, em Santa Catarina, há que se ressaltar o mérito da vitória do Tigre, que foi perigoso em quase todos os 90 minutos. E perder para uma equipe que fez apenas a terceira partida no ano é imperdoável? Por tudo que vemos na Série B do Campeonato Brasileiro, não. E ainda há pelo menos um ponto positivo a ser tirado do que aconteceu no Heriberto Hulse.

O Criciúma foi mais efetivo na frente. Não só com o gol de Marquinhos Gabriel, mas também em outras oportunidades no primeiro e no segundo tempo. Foram mais arremates a gol do que Londrina, e alguns deles com risco real à meta de Victor Souza. Apesar de ter mais posse de bola (a ponto de ter 13 escanteios a favor), o Tubarão ameaçou pouco o goleiro catarinense Gustavo.

E aí começa o caminho a ser trabalhado por Adílson Batista. Londrina precisa ser mais incisivo pra não correr esse risco de ter domínio de jogo sem agressividade. Para isso não acontecer, é fundamental ser objetivo. Um jogo de transição rápido, decisões rápidas e desfechos mais eficientes. Da forma que o Tubarão joga, com as peças colocadas pelo treinador, o negócio é explorar a velocidade dos atacantes.

Com Caprini e Marcelinho em campo, tendo o apoio de Samuel Santos e Felipe Vieira, o Londrina teve seus melhores momentos em Criciúma. Foi quando a bola chegou mais em Gabriel Santos, que é um centroavante do choque, da disputa física dos zagueiros – assim como Gabriel Honório e até Douglas Coutinho.

E os três volantes?

Adílson decidiu jogar com João Paulo à frente da zaga e Marcinho e Jhonny Lucas chegando mais à frente. A ideia faz um certo sentido, mas ambos são jogadores de projeção com bola dominada. Uma possível solução seria a entrada de Eltinho como armador, dando a opção do lançamento longo. Aí haveria uma preparação de transição rápida.

Eltinho, apesar de mais veterano, ainda conseguiria ajudar a marcação no meio-campo. E daria mais repertório ao Londrina, porque o risco de jogar com dois volantes de chegada é que se o adversário fecha as portas da defesa, o time fica capenga. Em Santa Catarina, foi o que aconteceu – quando o Criciúma percebeu que o jogo do Tubarão passaria por Jhonny Lucas, o camisa 8 do LEC passou a ser marcado de perto.