Saúde: Mais de 60% dos brasileiros têm nível alto de ansiedade. Veja em qual nível você pode estar

Pesquisa contou com a participação de 24 mil pessoas no país entre 2020 e 2023 e indica graus diferentes de preocupação, nervosismo e medo entre os respondentes

 Ansiedade, junto com a depressão, é um dos males deste século por ser uma doença que está atingindo pessoas de diferentes idades e classes sociais, mesmo que em graus diferentes: No Brasil, 62,6% das pessoas sentem alto nível de ansiedade, segundo teste aplicado pela Guia da Alma, startup de soluções de saúde mental nos segmentos B2C e B2B.

O levantamento considera as respostas de 24.180 brasileiros para perguntas coletadas de forma online entre janeiro de 2020 e agosto de 2023. A amostra compreende o durante e o pós-pandemia de Covid-19, período em que a busca dos brasileiros por saúde mental cresceu — de acordo com a pesquisa da Global Health Service Monitor, o percentual de pessoas que se preocupam com saúde mental saltou de 18% para 49% em quatro anos no país (entre 2018 e 2022).

“Seja a ansiedade ou a depressão considerada a doença do século, o fato é que nunca se falou tanto sobre o tema, por conta de sua importância e gravidade. Ações precisam ser tomadas para que os níveis e consequências das desordens mentais não se agravem,” afirma Liana Chiaradia, fundadora da Guia da Alma.

Quais são os níveis de ansiedade?

O teste contempla uma série de perguntas que visam identificar como estão os níveis de ansiedade de uma pessoa, levando em conta as sensações das últimas 4 semanas, diz Chiaradia.

“As questões versam sobre diferentes temáticas em torno de sintomas que caracterizam a ansiedade, como, por exemplo, se a pessoa teve excesso de preocupações, agitação constante e dificuldade de concentração ao longo do dia.”

Além disso, foram questionados sobre os aspectos fisiológicos, como tensão muscular, aceleração de batimentos cardíacos e dificuldade em respirar, e aspectos emocionais como o medo e angústia.

Os resultados dessas questões identificaram 4 diferentes níveis de ansiedade, que variam de acordo com frequência e intensidade dos sintomas. Desta forma, os respondentes foram distribuídos nesses grupos:

  • Alto grau de ansiedade:146 respondentes (62,6%) apresentavam alto grau de ansiedade, que demonstram que os sintomas podem estar se apresentando de forma persistente e patológica. O acompanhamento profissional se faz necessário.

Nesses casos, segundo informações passadas por especialistas da Guia da Alma, as preocupações se apresentam de forma extremamente intensa. Os sintomas físicos podem ser debilitantes, incluindo ataques de pânico, tremores, falta de ar e dores no peito. Pode ser acompanhada de isolamento social, insônia e outros problemas de saúde mental, como a depressão.

  • Ansiedade Moderada:528 pessoas (31,1% do total) tiveram resultado moderado para ansiedade, no qual os sintomas já são preocupantes e precisam de acompanhamento.

Quando a ansiedade está em um nível moderado, ela pode se apresentar através de medos e preocupações contínuas, que já afetam o desempenho diário no trabalho e nas relações. Os sintomas físicos podem ser frequentes, incluindo palpitações, sudorese excessiva e tensão muscular.

  • Nível leve de ansiedade:107 pessoas (4,6%) apresentaram alguns sinais que precisam de atenção. A recomendação neste estágio é entender as causas que têm originado ansiedade e cuidar dos hábitos, pensamentos e ações para não deixar esse nível se elevar.

Aqui as preocupações podem se apresentar de forma mais frequente e persistente que o normal, comprometendo a concentração e o foco. E a ansiedade pode vir acompanhada de tensão muscular leve, inquietação e falta de sono ocasional.

  • Nível normal de ansiedade:399 pessoas (1,7%) têm um nível de ansiedade dentro da normalidade. Neste caso, o importante é manter os hábitos saudáveis e continuar priorizando o bem-estar.

Preocupações ocasionais e nervosismo podem surgir. Porém, se não interferem significativamente nas atividades diárias ou no bem-estar geral, podem ser consideradas dentro da normalidade e em um nível saudável. Afinal, a ansiedade é uma reação natural do corpo que antecipa ameaças, nos previne de situações de perigo e garante a sobrevivência.

Vale ressaltar que a ansiedade pode se apresentar de maneiras diferentes em cada pessoa. Por isso, Chiaradia reforça que apenas um profissional da saúde capacitado pode fazer uma avaliação correta e indicação do tratamento adequado.

 

Fonte: guiadaalma.com.br