Com mais de 9,5 milhões de pessoas em idade para trabalhar, Paraná encara desafios do mercado de trabalho e busca pleno emprego

Especialista destaca falta de oportunidades qualificadas, com perspectiva de carreira, salário digno e acesso à proteção social. Estado tem taxa de desemprego de 5,4%, segundo a PNAD.

O Paraná tem 9,5 milhões de pessoas em idade de trabalhar. Dessas quase 5,8 milhões estão ocupadas, sendo a maioria – cerca de 3,1 milhões – no setor privado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Em comparação aos números do Brasil, a pesquisa aponta que o estado ocupa uma boa colocação, com nível de ocupação de quase 61% e taxa de desemprego de 5,4%.

Porém, a PNAD mostra que apenas 2,5 milhões de paranaenses têm carteira assinada. Pouco mais de 630 mil estão empregadas no setor público e 1,8 milhão estão na informalidade.

O chefe do Observatório do Trabalho do Paraná, da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná (Setr), Victor Barth, afirma que o estado está perto do pleno emprego, que é quando as pessoas param de buscar por emprego e passam a procurar uma melhoria como um cargo melhor ou outra empresa que ofereça benefícios melhores.

“O Paraná está perto do pleno emprego, com cerca de 5,1% , estamos quase no 5%. O Brasil está 8,8%. A gente está melhor do que o nacional, mostra que o Paraná tem evoluído muito nos últimos. Entrou como um dos maiores empregadores do país, junto com Minas Gerais e São Paulo”, diz.

Mas, para o professor de Direito do Trabalho, Sidnei Machado, ainda há um longo caminho para o estado chegar ao pleno mercado.

Ele reforça que há várias abordagens sobre o mercado de trabalho no Brasil e que uma delas é o país ter empregos e as pessoas não querem assumir as vagas porque, segundo pesquisas, não são atrativas e de qualidade.

“Quando falamos de emprego no Brasil, temos que falar em emprego de qualidade, porque as pessoas procuram esse emprego e um trabalho digno, uma renda digna, perspectiva de uma carreira, com proteção social, acesso à previdência social. No Brasil, a maioria dos empregos é de baixa remuneração, são considerados trabalhos que ainda não qualificam como trabalho decente.”

Fonte: g1.globo.com